O Sábado de Aleluia, este ano vivenciado em 19 de abril de 2025, é um dia de profunda expectativa no coração da Semana Santa. Ele se apresenta como o elo silencioso entre a dor da crucificação e a explosão de alegria da Páscoa, um tempo de espera vigilante que nos prepara para o triunfo da vida sobre a morte. Mais do que um simples sábado, o Sábado de Aleluia é um portal para a esperança renovada, uma noite de oração fervorosa que culmina na celebração da ressurreição de Jesus Cristo.
A Vigília Pascal: Despertando para a Luz da Ressurreição
O ponto central deste dia singular é a solene Vigília Pascal, uma celebração que varre a noite, carregada de simbolismo e significado. Os fiéis se unem em oração constante durante a madrugada que antecede o Domingo de Páscoa, em uma vigília que ecoa a espera ansiosa pela promessa cumprida. Este tempo de recolhimento e prece nos conecta com a crença fundamental de que, após a escuridão da morte, a luz da ressurreição irromperá, transformando a tristeza em júbilo.
O Círio Pascal: A Luz de Cristo que Ilumina o Mundo
Um dos ritos mais emocionantes do Sábado de Aleluia é o acendimento do Círio Pascal, uma vela majestosa que personifica a Luz de Cristo, dissipando as trevas do pecado e iluminando o caminho da fé. Gravadas em sua cera, as letras gregas Alfa e Ômega proclamam a eternidade de Deus, o princípio e o fim de todas as coisas. Essa luz vibrante é um farol de esperança, um lembrete de que a presença de Cristo ressuscitado guia e ilumina o mundo.
Um Tempo de Silêncio e Preparação Espiritual
Na tradição católica, assim como na Sexta-Feira Santa, os altares permanecem cobertos, um sinal de reverência e espera. A Eucaristia não é celebrada neste dia, e a realização de outros sacramentos é restrita, com exceção da confissão, um convite à purificação interior em preparação para a Páscoa. Originalmente, o Sábado de Aleluia também era marcado por um jejum limitado, com a abstinência de carne vermelha sendo substituída pelo consumo de peixe, um costume que ressalta a sobriedade e a reflexão.
A Malhação de Judas: Uma Explosão Popular de Justiça

Em contraste com a solenidade litúrgica, o Sábado de Aleluia também é palco de uma tradição popular vibrante e expressiva: a Malhação de Judas (ou Queima de Judas). Essa manifestação cultural representa a condenação de Judas Iscariotes, o discípulo que traiu Jesus. Bonecos de pano ou outros materiais, personificando a figura do traidor, são “torturados” simbolicamente e, em seguida, queimados em fogueiras ou enforcados, em um ato que expressa a rejeição da traição e a busca por justiça.
O Sábado de Aleluia é, portanto, um dia multifacetado: um tempo de silêncio e oração na expectativa da ressurreição, um momento de celebração da luz de Cristo que vence as trevas e uma oportunidade para a expressão popular da justiça. É a ponte que nos conduz da escuridão da Sexta-Feira Santa para a radiante alegria do Domingo de Páscoa, um lembrete poderoso de que a esperança sempre renasce após a noite mais longa.