A controvérsia gerada nos Estados Unidos em relação aos cartazes do filme “Guerra Civil”, que utilizam inteligência artificial, está dando o que falar. As imagens, usadas para promover o filme nas redes sociais e em locais físicos, retratam cidades americanas destruídas pelo conflito presente na trama de Alex Garland, estrelado por Wagner Moura e Kirsten Dunst.
O uso da inteligência artificial dispensou o trabalho dos designers gráficos na criação dos cartazes, e chamou a atenção por mostrar cenas que não estão presentes no enredo do filme. Essa prática não é novidade na divulgação de filmes, mas a combinação desses problemas levou espectadores a reclamarem e apontarem as falhas nas redes sociais.
Um dos cartazes mostra um carro com três portas de um só lado em Miami, e outro mostra as torres do complexo Marina City em lados opostos do rio em Chicago, quando na realidade elas estão lado a lado. Além disso, há uma cena com um bote de soldados se aproximando de um pedalinho em formato de cisne, que mais se assemelha ao animal do que a uma embarcação.
De acordo com uma fonte envolvida na divulgação do filme, os cartazes foram criados com o intuito de fazer o espectador imaginar os impactos da guerra civil retratada no longa, mesmo que as cenas não estejam presentes no filme em si. A controvérsia surge em meio às greves de Hollywood, que pararam a produção cinematográfica e televisiva no ano anterior, devido ao uso crescente de inteligência artificial em diversas etapas da produção de séries e filmes.
Curiosamente, a A24 foi uma das poucas produtoras autorizadas pelo sindicato dos atores dos Estados Unidos a continuar gravando e promovendo suas estreias durante a paralisação, comprometendo-se com os termos do acordo buscado pelo sindicato com outros estúdios.