Furiosa: Uma Saga Mad Max (2024) já está disponível no catálogo de streaming (como a Netflix) e tem uma missão ingrata: ser tão bom quanto Mad Max: Estrada da Fúria (2015).
A verdade é que é um filme que garante a diversão e o espetáculo, mas comete um erro: passa mais tempo explicando a história de origem de Furiosa do que entregando a ação pura e direta que a gente ama nessa franquia.
A Ação Desenfreada é de Tirar o Fôlego
O diretor George Miller prova, mais uma vez, que é um gênio da ação. O filme é dividido em cinco capítulos intensos e tem um ritmo que não deixa a peteca cair.
As cenas de perseguição e as brigas são criativas e viscerais, elevando o nível de qualquer blockbuster recente. É um show de adrenalina que te prende por longos 148 minutos de pura loucura pós-apocalíptica.
Anya Taylor-Joy está ótima no papel. Mesmo tendo pouquíssimas falas, ela consegue mostrar toda a dor e a raiva da personagem, provando que, no deserto, a sobrevivência é comunicada mais pelos olhares do que pelas palavras.
E, para quem é fã das antigas, tem um presente rápido: uma aparição do lendário V8 Interceptor com o próprio Mad Max, um aceno nostálgico que vale a pena.
O Vilão Que Fala Demais
A principal diferença de Furiosa para o filme de 2015 é que ele decide ser mais pessoal… e muito mais falado.
O vilão, Dementus, interpretado por Chris Hemsworth, é o principal problema disso. Hemsworth traz carisma, mas seu personagem é exagerado e, o pior, ele é uma máquina de monólogos. Ele passa o tempo todo explicando as regras do deserto e os motivos de tudo, tirando o mistério e a força que o mundo de Mad Max tinha quando era mostrado, não falado.
O filme parece se sentir obrigado a dar contexto a cada detalhe, como se fosse um guia turístico pelo apocalipse. A sutileza visual de Estrada da Fúria foi substituída por um roteiro que preenche as lacunas desnecessárias.
O Triunfo da Sobrevivente
Apesar das críticas ao vilão e ao excesso de explicações, o filme acerta em cheio no coração da história: a jornada pessoal de Furiosa.
Miller trabalha muito bem a transição da menina traumatizada para a guerreira implacável. O filme funciona de forma envolvente ao mostrar sua evolução brutal, focando na sua vingança. Essa jornada de sobrevivência é o que mantém a emoção até o final.
Veredito Final: Um Ótimo Filme na Sombra da Lenda
Furiosa: Uma Saga Mad Max é um ótimo filme de ação e garante o entretenimento do início ao fim. É superior à maioria dos lançamentos do gênero.
No entanto, ele sofre por ser uma prequela que se preocupa mais em explicar o passado do que em criar um espetáculo tão grandioso e visualmente potente quanto Estrada da Fúria. O uso maior de computação gráfica e uma fotografia menos impactante fazem com que o deserto pareça menos ameaçador do que a gente se lembra.
É uma saga de vingança cruel e divertida, mas fica claro que, na comparação, o filme de 2015 continua insuperável.
Ficha Técnica

Furiosa: Uma Saga Mad Max (2024)
A jovem Furiosa cai nas mãos de uma grande horda de motoqueiros liderada pelo senhor da guerra Dementus. Varrendo Wasteland, eles encontram a Cidadela, presidida pelo Immortan Joe. Enquanto os dois tiranos lutam pelo domínio, Furiosa logo se vê em uma batalha ininterrupta para voltar para casa.
Onde assistir: NETFLIX
Diretor: George Miller
Elenco: Anya Taylor-Joy, Chris Hemsworth, Tom Burke
Nossa Opinião: O filme Furiosa: Uma Saga Mad Max é um ótimo entretenimento com ação espetacular e uma Anya Taylor-Joy intensa, mas peca por focar demais em explicar o passado (o vilão Dementus fala em excesso). Na minha opinião, ele garante a diversão, mas fica bem abaixo de Estrada da Fúria e do Mad Max original, pois troca espetáculo por contexto, perdendo a força visual inesquecível da franquia.