Oscar Niemeyer
Ocupação:
Arquiteto
Data de Nascimento:
15/12/1907
Data da Morte:
05/12/2012 (aos 104 anos)
Oscar Niemeyer (1907-2012) não foi apenas um arquiteto; ele foi um visionário que revolucionou a arquitetura moderna mundial. Com mais de 600 obras espalhadas pelo planeta, o brasileiro transformou a rigidez do concreto armado em poesia, defendendo que “não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual.”
Nascido no Rio de Janeiro, sua trajetória é a prova de que a ousadia artística pode se fundir com o idealismo político. Sua marca inconfundível – o uso de curvas amplas, vãos livres e a leveza do vidro – é a assinatura de um mestre que acreditava que a arquitetura deveria ser bela e surpreendente, além de funcional.
O Início da Revolução Curvilínea
A carreira de Niemeyer decolou rapidamente. Formado em 1934 pela Escola Nacional de Belas Artes, ele iniciou sua jornada no influente escritório de Lúcio Costa.
O ponto de virada veio em 1936, ao colaborar com o lendário franco-suíço Le Corbusier no projeto do Ministério da Educação e Saúde (Palácio Gustavo Capanema), no Rio de Janeiro. Esta colaboração marcou o início de uma nova era para a arquitetura brasileira.
Em 1940, seu destino se cruzou com o de Juscelino Kubitschek, então prefeito de Belo Horizonte. JK deu a Niemeyer a liberdade criativa para conceber seu primeiro grande marco: o Conjunto da Pampulha. Ali, na Igreja de São Francisco de Assis, Niemeyer desafiou convenções ao usar as curvas radicais, anunciando ao mundo um estilo inédito.
Brasília e o Reconhecimento Global
O nome de Niemeyer cruzou fronteiras ainda em 1945, quando ele participou do comitê internacional para projetar a sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque. O desenho final combinou, de forma brilhante, o projeto de Niemeyer com o de Le Corbusier.
Mas foi em 1956 que a história do Brasil, e a sua, mudariam para sempre.
Como Presidente, Juscelino Kubitschek convocou Niemeyer para dar forma à nova capital, Brasília. Com o Plano Piloto desenhado por Lúcio Costa, Niemeyer concebeu os edifícios públicos que dariam identidade e grandiosidade à nação.
Seus projetos, inaugurados em 1960, são verdadeiras esculturas habitáveis:
Exílio, Retorno e Obras-Primas Tardias
Filiado ao Partido Comunista Brasileiro, Niemeyer se viu forçado ao exílio na França após o golpe militar de 1964. De Paris, ele continuou a projetar edifícios que provavam sua relevância global, como o Centro Cultural Le Havre.
Ao retornar ao Brasil nos anos 80, ele presenteou o Rio de Janeiro com o icônico Sambódromo e Brasília com o Memorial JK.
Sua fase final na arquitetura foi coroada por uma de suas obras mais poéticas e célebres: o Museu de Arte Contemporânea (MAC) de Niterói, no Rio de Janeiro. Em formato de disco voador, o MAC desafia a gravidade e se debruça sobre o mar, sendo um testamento da sua ousadia futurista.
Sua genialidade foi reconhecida com prêmios de prestígio, como o Pritzker de Arquitetura (1988), o “Nobel” da profissão.
Oscar Niemeyer nos deixou em 2012, aos 104 anos, mas seu legado de curvas e ideais continua a inspirar arquitetos e a embelezar cidades, provando que, nas mãos certas, o concreto pode, sim, ser revolucionário.