Um Clássico Desvirtuado: O Saldo Amargo de 'Vale Tudo'
O remake de “Vale Tudo” (1988), que se encerrou na última sexta-feira (17), deixou um saldo de revolta e decepção no público e na crítica. A releitura da obra de Gilberto Braga, assinada por Manuela Dias e estrelada por Taís Araújo, prometia reacender um clássico, mas acabou se consolidando como um dos pontos mais baixos do horário nobre.
Ao longo de 173 capítulos, a novela registrou uma média geral de 23,4 pontos na Grande São Paulo — uma elevação pífia de apenas 10,6% sobre sua antecessora, “Mania de Você” (21,2).
Audiência: Um Título de Terceira Pior da História
O desempenho em audiência coloca o remake de “Vale Tudo” em uma posição constrangedora. A trama não apenas ficou muito abaixo de adaptações recentes e bem-sucedidas, como “Pantanal” (29,7) e “Renascer” (25,5), mas conquistou um título infeliz: o de terceira menor audiência da história do horário das nove, superando apenas “Um Lugar ao Sol” (22,4), de 2021.
A novela “patinou” do início ao fim, só ultrapassando a marca dos 30 pontos (o sonho da faixa) em um único momento: no tão esperado capítulo da revelação do atentado contra a vilã Odete Roitman (Debora Bloch), em 6 de outubro.
O Final Que Ninguém Engoliu: Revolta nas Redes
O último capítulo, veiculado na sexta-feira (17), foi a gota d’água. O público nas redes sociais demonstrou revolta e escárnio com a conclusão confusa da trama, especialmente a sobrevivência da vilã Odete Roitman, que, após ser baleada no peito, milagrosamente “acordou cheia de energia” fora do saco preto da ambulância.
Os comentários foram implacáveis, classificando o desfecho como uma farsa:
- “Final péssimo, horrível, tenebroso… No entanto, Debora Bloch maravilhosa.”*
- “Nem a Record faria um desenvolvimento de um crime tão ruim assim.”*
- “Vimos uma obra das mais inteligentes da nossa história virar uma versão capenga e imbecil disfarçada de ‘consciência midiática’. Isso foi OFENSIVO.”*
Apesar do sucesso comercial , o remake de “Vale Tudo” será lembrado pela crítica amarga, pelo público insatisfeito e por ser o exemplo de como um clássico pode ser desvirtuado em nome de uma nova abordagem.
