09/09/2025 11:02

Personalidades Históricas: Anhanguera: A Fascinante Saga do Bandeirante que Desvendou o Ouro de Goiás

Anhanguera: A Fascinante Saga do Bandeirante que Desvendou o Ouro de Goiás

Bartolomeu Bueno da Silva, “O Anhanguera”

Anhanguera
Anhanguera

Ocupação
Bandeirante paulista

Data do Nascimento
1672

Data da Morte
1740

Você já ouviu falar de Anhanguera? Mais do que um nome em rodovias, ele foi uma figura central na história do Brasil! Bartolomeu Bueno da Silva (1672-1740), o filho, herdou o apelido lendário do pai e se tornou um dos maiores exploradores do nosso interior, desvendando as tão cobiçadas minas de ouro de Goiás. Sua jornada é um fascinante mergulho na aventura, na ambição e na formação do Brasil Central.

Em Goiás, ainda hoje, podemos ver a “cruz de Anhanguera”, um monumento erguido por ele em 1722. Esse símbolo marcante não só celebra a conquista do sertão goiano, mas também eterniza a memória dos primeiros e desafiadores tempos da colonização no coração do nosso país.

A Cruz de Anhanguera, Goiás
A Cruz de Anhanguera, Goiás

Herança de Um Apelido Lendário: De Pai Para Filho

Bartolomeu Bueno da Silva (filho), o Anhanguera que conhecemos, nasceu em Parnaíba, São Paulo, em 1672. Ele carregava consigo não apenas o nome, mas também o famoso apelido “Anhanguera”, que seu pai, o primeiro bandeirante a explorar o Brasil Central no século XVII, já ostentava.

O Anhanguera pai, movido pela busca do ouro no sertão goiano, organizou uma grande expedição em 1682. E é nessa jornada que a lenda se mistura à história.

A Busca Incansável pelo Ouro no Sertão Goiano

Com apenas 10 anos de idade, o jovem Bartolomeu Bueno da Silva acompanhou o pai em uma enorme caravana, determinada a encontrar os ricos filões de ouro. Foi nessa expedição que surgiram as lendas sobre as minas escondidas na misteriosa serra dos Martírios.

Um episódio marcante dessa viagem ilustra a astúcia e a ousadia do Anhanguera pai. Ao se deparar com a tribo indígena Guaianases, que bloqueava a passagem, ele notou que as índias usavam adornos de ouro. Para persuadi-los a revelar o local das jazidas, Bartolomeu ateou fogo a um pouco de aguardente. Os indígenas, assustados e acreditando que a “água estava em chamas”, e diante da ameaça de verem seus rios queimados, cederam. Não só permitiram a entrada dos exploradores, mas também revelaram a localização secreta da mina.

Foi após esse feito que Bartolomeu Bueno da Silva (o pai) ganhou dos índios o temido, mas respeitoso, apelido de “Anhanguera”, que significa “Diabo Velho” ou “Espírito Maligno”

O Retorno Triunfal e a Fundação de Goiás

Atraído pelas riquezas de ouro já descobertas em Minas Gerais, o Anhanguera filho se estabeleceu em Sabará e, posteriormente, em São João do Pará e Pitangui, onde atuou como assistente de distrito. No entanto, a crescente exploração do ouro gerava conflitos. Os embates entre os “emboabas” (forasteiros) e os mineradores paulistas, somados a um levante liderado por seu genro, fizeram Bartolomeu Bueno retornar a Parnaíba.

Mas a paixão pelo ouro de Goiás ainda pulsava. Em 1720, Bartolomeu Bueno da Silva (filho) fez um pedido direto a D. João V, Rei de Portugal, solicitando permissão para retornar à região onde seu pai havia encontrado ouro. Com a benção real, ele liderou uma nova bandeira, partindo de São Paulo em 1721. Por quase três anos, explorou os sertões da lendária serra dos Martírios.

Finalmente, a recompensa chegou: Anhanguera encontrou ouro em abundância no rio Vermelho! Voltou para São Paulo vitorioso, não só com as novas conquistas, mas também com um contrato e um “regimento” que seria a base para a organização da futura vila de Goiás. D. João V, em reconhecimento, concedeu-lhe terras e o direito de cobrar uma taxa pela passagem nos rios que levavam às minas.

Em 1726, com o título de capitão-mor das minas, Anhanguera fundou o arraial de Santana, que mais tarde, em 1739, seria elevado à categoria de vila com o nome de Vila Boa de Goiás, hoje a histórica Cidade de Goiás.

No entanto, à medida que a administração da vila se organizava, o poder do bandeirante foi gradualmente limitado pelos delegados do Rei. Em 1733, o direito de cobrar a passagem nos rios foi suspenso, sob a alegação de que Anhanguera sonegava tributos à Coroa.

Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera (filho), uma figura tão grandiosa em vida, faleceu de forma simples e desprovido de poder, em 19 de setembro de 1740, na própria Vila Boa de Goiás que ele ajudou a fundar. Sua saga, porém, permanece viva como um dos pilares da história do desbravamento e da riqueza do Brasil.

Bartolomeu Bueno da Silva, “O Anhanguera” (1672 - 1740)

Foto de Thiago Igor

Thiago Igor

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