Quem nunca passou pela situação de esquecer aquela panela de comida no fogão e só se dar conta no dia seguinte? A dúvida é cruel: dá para salvar o que sobrou ou é melhor descartar para não arriscar uma intoxicação alimentar? Ninguém gosta de desperdiçar, mas a saúde vem em primeiro lugar. Para acabar de vez com essa incerteza, conversamos com uma nutricionista que desvenda os mistérios do que acontece com os alimentos em temperatura ambiente e quando é mais seguro dizer adeus àquela refeição.
O Relógio da Segurança Alimentar: Quanto Tempo é Demais?
A regra de ouro da nutricionista Letícia Lenzi é clara e simples: alimentos já preparados precisam ser mantidos sob refrigeração, a uma temperatura abaixo de 5 ºC, e devem ser consumidos em, no máximo, 72 horas. “É importante se atentar à temperatura de refrigeração e consumir tudo em, no máximo, três dias”, orienta.
Essa recomendação segue as diretrizes da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mas atenção: não é uma fórmula exata! A durabilidade de um alimento fora da geladeira varia bastante dependendo do tipo de comida. “As coisas não são tão matemáticas assim. Dependendo da preparação, a pessoa pode perceber uma mudança em relação ao odor, coloração, textura e sabor”, explica Letícia.
Um ponto crucial, e muitas vezes ignorado, é o cuidado com a contaminação. Sabe aquele hábito de provar a comida com a colher e depois devolvê-la à panela? É um grande erro! “Jamais guarde a comida se você tiver colocado nela um talher que já levou à boca. Deixar para comer o ‘resto’ depois é um perigo, pois são grandes as chances de transferência dos microrganismos da saliva para o alimento”, alerta a especialista.
Portanto, ao decidir se vale a pena reaproveitar o prato do dia anterior, vá além do tempo que ele ficou fora da geladeira. Observe atentamente o alimento: mudanças no cheiro, na aparência ou na consistência são sinais claros de que o risco é alto e é melhor não arriscar.
Sinais de Alerta: Como Saber se a Comida Estragou?

Existe um prazo de segurança crucial: a maioria dos alimentos pode aguentar até duas horas fora da refrigeração. Passou desse tempo, o risco de contaminação começa a aumentar exponencialmente. “Existe uma tolerância de 2 horas para que um alimento permaneça na temperatura ambiente sem correr o risco de estragar”, ressalta a nutricionista.
Mas mesmo dentro desse limite de duas horas, não confie apenas no relógio. O aspecto visual e o cheiro da comida são seus maiores aliados. “É de total importância analisar o aspecto, coloração, bem como o cheiro daquele alimento”, orienta a especialista. Se a comida apresentar qualquer aparência diferente, um odor estranho ou uma textura alterada, o melhor é descartar.
Fique ainda mais atento com alimentos de origem animal ou aqueles que estragam mais rápido, como carnes e embutidos. Nesses casos, além do cuidado com o tempo fora da geladeira, é fundamental verificar o selo SIF (Serviço de Inspeção Federal). “Todo alimento que contém esse selo atende aos mais altos padrões e requisitos de qualidade”, afirma Letícia.
Essa dica é especialmente valiosa para quem costuma comprar produtos em feiras livres ou pequenos comércios, onde a fiscalização pode ser menos rigorosa. “Muitas vezes o alimento já vem de forma contaminada, ainda mais em cidade pequena, onde a inspeção não acontece da melhor forma”, completa a nutricionista.
Em resumo, a segurança alimentar é um equilíbrio entre tempo, observação e bom senso. Priorize sempre a sua saúde e, na dúvida, é melhor pecar pelo excesso de cuidado do que arriscar uma intoxicação!
Fonte: Minha Vida
Boa dica!